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segunda-feira, dezembro 19, 2005

REI LEAR




Teresa Correia (25/ 6 / 2005)

INTRODUÇÃO
William Shakespeare (1564-1616) é considerado o mais famoso escritor clássico da língua inglesa. Foi um autor que escreveu não apenas para o seu tempo, mas para todas as épocas, dado abordar na sua vasta obra temas atemporais porque espelham a natureza humana. Concretamente, na tragédia “Rei Lear” o poder, vingança, traição e paixões humanas, sobressaem através das “poderosas personagens” tornando-se, por isso uma obra que atravessou os tempos com a mesma poderosa força dramática da sua concepção.
O leitor não pode deixar de se emocionar com a saga de Lear, velho, sábio e relegado à miséria depois de ter sido rei, errando pelos bosques e estradas acompanhado pelo seu antigo “bobo da corte”, sendo protagonista de diálogos inesquecíveis da dramaturgia universal.
Origem da história/ Fontes
Segundo Manuel de Oliveira a lenda de “ O Rei Lear” vem da antiguidade dos tempos, por isso também nela se perde a sua verdadeira origem.
De acordo com alguns críticos do celta, a história remonta aos tempos mitológicos, Lir corresponderia a Neptuno, as suas filhas cruéis identificar-se-iam com os ventos desabridos e Cordélia corresponderia ao vento suave e meigo Zéfiro. Esta lenda é recorrente na tradição popular e conta-se sobre vários reis de diversas localidades. Existem numerosas versões, quer em prosa, quer em verso, algumas delas de autor desconhecido. Sendo o livro mais antigo, cujo autor se conhece, “História Britonum”, livro II de Geoffrey de Montmouth, compilada à volta de 1130.
Dos onze livros de autor conhecido, citados por Manuel de Oliveira, poder-se-ão considerar como fontes principais do Rei Lear os seguintes : “ The true Chronicle History of King Leir and his Tthree Daughters” ; “Histoire of England” e “ The Faerie Queene”.
Parece não haver dúvidas quanto ao conhecimento de Shakespeare do primeiro livro citado . Existem paralelismos de personagens e de assuntos suficientes, entre esta “Chronicle” e o rei Lear, para se poder afirmar que o autor se terá inspirado no livro mais antigo.
Como fonte do sub- enredo ( a história de Edgar, o filho atraiçoado pelo seu meio-irmão e em consequência disso, proscrito por seu pai) deve Shakespeare ter-se servido do livro “ Arcádia” de Philip Sidney de 1590. Neste livro encontra-se uma trama semelhante à de Gloucester e seus filhos. O autor de Rei Lear, sagazmente uniu os dois enredos, conseguindo assim dar uma maior consistência ao tema da traição.
Poder-se-á afirmar que Shakespeare foi “beber” às suas fontes o delineamento geral da história, ressaltando-se os seguintes aspectos comuns:
- A natureza teimosa e obstinada de Lear.
- A sinceridade e afeição/ devoção de Cordélia.
- A honestidade e fidelidade de Kent.
- Grande parte das personagens.
- Semelhanças verbais.
Acrescentou:
- Um enredo secundário.
- Um Bobo
- As duas filhas mais velhas aparecem já casadas.
- O duque de Borgonha
- A paixão das duas irmãs por Edmundo.
- A nova forma Lear em vez de Leir ou Leyre
- Desfecho trágico.
- A loucura de Lear é acentuada.

Contudo, a crítica afirma que, apesar de se basear nas fontes citadas, o autor escreveu uma nova peça, não se podendo dizer que se limitou a reformular as histórias já existentes.

Datação da Peça:
Datar com exactidão uma peça Isabelina , segundo Harrison , poucas vezes é possível, os dados são escassos e a data aproximada terá de ser calculada através da dedução e da argumentação: O mesmo acontece com o rei Lear. A data provável em que se pode fixar a sua composição encontra-se entre 1603 e 1606. Recorreu-se para tal a elementos externos , isto é , a referências a peças do autor e a elementos internos , ou seja, alusões na própria obra e ao estilo da peça.
Passo a referir alguns desses dados:
Na 4ª cena do III acto, no último verso lê-se. Cheira-me a sangue Britânico. O mesmo verso é citado num dos panfletos de Nash em 1596, mas desta forma: Cheira-me a sangue inglês . Poderia considerar-se que esta modificação tenha sido propositada devido à subida ao trono de Jaime I da Escócia, em 1603, que juntou sob o mesmo ceptro a Inglaterra e a Escócia.
Sabe-se que a peça foi representada na corte no Natal de 1606.
Ainda atentando no seu estilo, rico em imagens abundantes e condensadas, leva a crer que a peça tenha sido escrita aproximadamente no mesmo ano de Macbeth, 1606.
Segundo Wright, em 1606 houve um grande eclipse do Sol antecedido de um eclipse da Lua. Dado que aquele eclipse fora anunciado, o povo encontrava-se num grande alvoroço e agitação, pois as profecias, nessa altura, eram de que grandes infortúnios adviriam desses eclipses. Existem na obra alusões de Gloucester a eclipses e alusões de Edmundo às suas nefastas consequências.
Sabe-se que de uma forma geral os escritores são permeáveis àquilo que se passa em seu redor, neste caso Shakespeare não deverá ter escapado à influência das emoções e impressões que reinavam na população, naquela época, ao ponto de o transmitir na sua obra.


A OBRA E A CRITICA:
No filtro da critica de Nicoll, esta obra poderosa, revela algum descuido, dado que a sucessão das cenas que percorrem toda a Inglaterra é, no seu ponto de vista, descuidada. Na maior parte das tragédias o enredo subordina-se a uma figura, ou número reduzido de figuras, enquanto que aqui muitas personagens são analisadas individualmente como por exemplo: Kent, o Bobo, Cordélia e Edgar. Também a existência de um enredo secundário, segundo o mesmo crítico, contribui para que o leitor desloque a sua atenção da personagem principal. Considera ainda o mesmo crítico as personagens Reagan e Goneril “meras criações de palco, monstros sem motivo para a sua actuação”, concluindo que esta obra falha como trabalho de arte dramática.
Pode-se porém contrapôr a crítica de Nicoll com as seguintes argumentações:
O facto de a obra se centrar em mais do que uma personagem, fornece à história mais enredo, mais dinâmica e mais riqueza de sentidos e por outro lado, em vez de contribuir para a dispersão da atenção do leitor, acaba por dar consistência a determinados traços de carácter e aos temas essenciais da peça.
Enquanto que noutras tragédias de Shakespeare não existem enredos secundários definidos e os temas são mais realistas, aqui, o temperamento obstinado de Lear, a escalada da sua loucura e as suas exigências de provas verbais de amor, assim como a crueldade e traição de suas filhas mais velhas, ganham consistência e veracidade/ naturalidade devido à existência do segundo enredo que apresenta contornos semelhantes.
Gloucester pode ser considerado uma espécie de Lear, rejeita o filho que o ama, trocando-o por Edmundo, filho bastardo ambicioso, cruel e sem escrúpulos que consegue trapacear o pai.
A dor e agonia de Lear é reforçada pela dor e agonia de Edgar.
As filhas cruéis de Lear apaixonam-se ambas por Edmundo que maquina a favor das duas, contudo é esta paixão que as conduz à destruição. Neste triângulo de personagens joga-se a crueldade, a traição e a ambição humana desmedida.
A razão de Lear acaba por se perder completamente devido ao contacto que este tem com a pseudo loucura de Edgar.
Também é devido ao sofrimento de Gloucester que Cornualha é castigado com a morte e é Edgar quem dá o merecido castigo a Osvaldo. Ainda no final e no desmoronar da história os únicos sobreviventes dos dois enredos ( Albânia e Edgar) tornam-se amigos
Conclui-se, portanto, que o enredo secundário não contribui para o fracasso da peça, mas antes para a sua consistência como todo uno e indivisível, quer a nível estrutural quer a nível de sentido/ conteúdo.


traços de carácter/ TEMAS da peça considerados atemporais
A palavra e a sua ilusão ou vacuidade:

O jogo abre com rei Lear que decide aposentar -se do trono e assim dividir o reino entre suas três filhas, contudo, estas terão de provar o amor a seu pai por meio das palavras. Havendo o rei, já de antemão, feito as partilhas, terá guardado para Cordélia , sua filha mais nova e predilecta a melhor parte do reino.
Regan e Goneril são as primeiras a proferir o amor a seu pai.
( Acto I, cenaI)
Goneril: Senhor amo-vos mais do que as palavras podem exprimir; mais que à luz dos olhos, ao mundo e à liberdade; estais para além do que possa ser estimado, quer pela riqueza quer pela raridade...

Regane: Senhor sou feita do mesmo metal que minha irmã e julgo-me pelo seu valor. No meu sincero coração sinto que ela exprime o meu próprio e verdadeiro amor.

Chega a vez da filha mais nova Cordélia se exprimir e fá-lo de forma sincera e simplista.
Cordélia: Infeliz que eu sou, que não posso trazer o coração nos lábios. Amo Vossa magestade conforme é minha obrigação; nem mais nem menos.
Lear fica de tal modo desapontado com a resposta de sua filha mais nova, (de quem guarda mais altas expectactivas relativamente à descrição do seu amor por ele) que a deserda.
Lear: Tão jovem e tão pouco terna?
Cordélia: Tão jovem e sincera, senhor.
Lear: (...) a tua sinceridade será o teu dote.(...)
O reino é assim divido pelas duas filhas mais velhas, ficando Cordélia privada de qualquer herança e vendo o amor que seu pai nutria por ela ser transformado em desprezo e indiferença.
Lear: (...) aqui abjuro de todos os cuidados paternais, de toda a ligação ou parentesco de sangue e de hoje em diante considera-te uma estranha para mim e para o meu coração.

Esta conduta de Lear de querer ver provado o amor de suas filhas através das palavras, não demonstra sensatez nem sagacidade nem a sensibilidade de um pai que conhece bem suas filhas, e por isso também tem sido criticada por vários estudiosos da literatura, nomeadamente, Goethe. Contudo, quer-nos parecer que a intenção de Shakespeare é a de focar a característica humana da paixão pela lisonja e adulação que se encontra aliada á indomável força da irracionalidade e da vida animal.
É devido a esta atitude de obstinado orgulho que a tragédia do destino de Lear se vai desenrolando. Esta peça centra-se sobretudo no mundo interior do espírito e da consciência.
Poderíamos entender também já nesta atitude algum desequilíbrio psicológico, alguns traços de insanidade, próprios de um déspota habituado a ser obedecido e adulado, talvez mais por medo do que por admiração. A ingratidão selvagem com que suas filhas mais velhas o vieram a tratar contribuiria para a escalada da sua insanidade.

São as filhas que mais prolixamente expressam o seu amor pelo pai quem rapidamente o excluem e abandonam. Enquanto que é Cordélia aquela que o acolhe quando este se encontra na miséria.
Ainda sobre este tema da ilusão das palavras citam-se falas de outras personagens.
Kent: A profusão de palavras pode esconder um coração vazio.
Cordélia: O tempo revelará o que se esconde por trás da astúcia hipócrita; quem encobre as suas faltas acaba coberto de vergonha e de desprezo.
Kent: Sei transmitir uma mensagem, a minha maior qualidade é a diligência... Não tão jovem que ame uma mulher pela sua voz, nem tão velho que me deixe facilmente enredar ( pressupõe-se pelas palavras).
( Acto I, cena IV)

Bobo: (...)por favor, tio, arranja um mestre- escola que ensine o teu bobo a mentir; gostava tanto de aprender a mentir!...
Edgar: mais vale ser desprezado e sabê-lo do que ser adulado.
A vacuidade das palavras aqui demonstrada encontra-se em todos os discursos demagógicos que tão comummente nos é dado ouvir em determinados políticos e homens / mulheres do poder.
Também a vacuidade/ ilusão da lisonja, proferir
palavras elogiativas sobre alguém com o fito de “ cair nas boas graças” , a fim de conseguir algo , ou tirar proveito a seu favor, acontece frequentemente em meios de trabalho, ou grupos hierárquicos.
Quantas e quantas vezes não são os mais competentes e honestos que ocupam determinados cargos importantes e de chefia, mas os mais loquazes, aqueles que através das “ palavras” conseguem iludir/ convencer os demais de que possuem as qualidades adequadas.
Apesar da nossa sociedade se basear muito na palavra, é de notar que a imagem tem vindo a ganhar terreno, chegando em vários casos a suplantar o poder da palavra.

Busca de Identidade/ Semi loucura de Lear
AUTO E HETERO – CONHECIMENTO.

O rei Lear, ao lançar-se na busca do amor de suas filhas pela expressão das suas palavras, inverteu as regras do jogo do bom senso. Passou de monarca a joguete nas mãos de suas descendentes mais velhas. Por cair na tentação humana de se sentir lisonjeado, acabou por perder toda a sua autoridade e poder e ganhar os remorsos devastadores de ter desprezado Cordélia , aquela que o amava verdadeiramente. Estes remorsos acabam por conduzi-lo à semi-loucura e à perda da sua identidade.

( Acto IV, Cena VI)
Edgar: (...) Um juízo perfeito não enfeitaria assim o seu dono

Contudo este abandonado e errante Lear continua agarrado à sua obstinação de déspota.
Esta alma de gigante demonstra ter um espírito pueril. Tem rasgos heróicos mas o bom senso escapa-se-lhe por entre os dedos. Constrói a sua própria tragédia. Até certo ponto é cego para a sua loucura, cego para o ódio de suas filhas, cego para o carácter sincero de Cordélia , para a lealdade de Kent , assim como não descortina as consequências políticas que adviriam da partilha do reino.

Lear: Não, nem sequer me podem tocar por cunhar moeda porque sou el-rei em pessoa.
Edgar: Ò doloroso espectáculo
Lear. Sou; dos pés á ponta dos cabelos. Repara como os meus súbditos tremem quando olho sobranceiro. Perdoo a vida àquele homem; qual é o teu crime ? Adultério?...olhai que o bastardo de Gloucester foi mais bondoso para o pai do que as minhas filhas

O leitor sente compaixão por este homem destroçado e semi louco que procura a sua identidade de pai e de homem comum, mas para de novo se encontrar/ reconstruir uma nova identidade terá de percorrer o ” inferno moral do arrependimento.”
(Acto IV, cena VII)

Lear: Fazeis mal em arrancar-me ao túmulo; tu és uma alma bem aventurada, enquanto eu estou amarrado a uma roda de fogo; as minhas próprias lágrimas queimam como chumbo.

Lear: Por favor não troceis de mim. Sou um velho louco com mais de oitenta anos, nem mais nem menos uma hora e, para vos falar franco, receio não estar em perfeito juízo (...)
Por isso é que Lear morre na agonia da dor moral, mas liberto do seu orgulho e obstinação. Foi preciso passar pela dor para alcançar o conhecimento de si próprio e de suas filhas. Reconhecendo na mais nova a verdadeira, aquela que não assimilou os vícios da astúcia e da mentira e que provou por actos o que não soube demonstrar por palavras.
O aprender à custa dos nossos erros é uma constante da humanidade ao longo das épocas. Porém, reconhecer o erro, é o passo mais dificil, só depois de tomar consciência do erro se poderá mudar. Tal como acontece com Lear, que reconhece as suas falhas após “ a longa travessia de deserto”.
O homem moderno também passa por estas rupturas de personalidade ao longo da sua maturação. Assiste-se, nessa altura, ao ruir de uma identidade que é acompanhado de uma fase de crise de personalidade: põem-se em questão valores e principios defendidos e aceites até então, parece perder-se tudo, instalar-se o vazio, por vezes julga-se que nada mais faz sentido, até que se descobre que é necessário adoptar outra atitude de vida, olhar o mundo com outro “tipo de lentes” e ressurge então uma nova identidade/ personalidade.
Passa-se muito tempo, por vezes, até que este processo de mutação aconteça.
Instala-se a insatisfação, o vazio e sobretudo passamos a vida a queixar-nos de que os outros é que estão mal e por isso, damos connosco a tentar mudar os outros, “a moldá-los à nossa feição”. Esquecemo-nos de que nós é que somos o cerne da questão, a personagem principal deste drama real que é a nossa vida. Logo, a mudança deve operar-se sempre primeiro em nós.
Para que tal aconteça é fundamental que o homem se conheça a si próprio e aos outros .
A importância do auto e hetero- conhecimento encontra-se directamente ligada ao facto de o homem ser um ser social. A sua existência cumpre-se enquanto “actor” dentro de uma sociedade.
Os seus papéis são vários de acordo com o “palco” que lhe é exigido/ concedido ou conquistado pisar. Mas estes papéis não deixam de ser condicionados pelos outros, aqueles que fazem parte da mesma sociedade, do mesmo grupo profissional, do mesmo grupo de amigos, ou da mesma família. Cumprimo-nos, portanto, em relação com os outros. Tecemos e criamos relações mais ou menos intensas, mais ou menos superficiais, mais ou menos verdadeiras com aqueles que nos rodeiam.
Uma aprendizagem a ter em conta, não só nas escolas, mas ao longo da nossa vida, enquanto indivíduos pensantes que procuram caminhar em direcção ao aperfeiçoamento, seria aquela do auto-conhecimento e hetero-conhecimento.
Conhecer as nossas virtudes e capacidades, mas também as nossas fraquezas e os nossos receios, fortalecer-nos-á para melhor nos relacionarmos com os outros e com nós mesmos.

Passo a citar Carl R. Roger in “Tornar-se Pessoa ­:... um dos aspectos deste processo que designo como a vida plena aparece como um movimento que se afasta do pólo de uma atitude defensiva, em direcção ao polo da abertura à experiência. O indivíduo torna-se progressivamente mais capaz de se ouvir a si mesmo, de experimentar o que se passa em si. Está mais aberto aos seus sentimentos de receio, de desânimo e de desgosto. Fica igualmente mais aberto aos seus sentimentos de ternura e de fervor. É livre para viver os seus sentimentos subjectivamente, como eles em si existem, é igualmente livre para tomar consciência deles. Torna-se mais capaz de viver completamente a experiência do seu organismo, em vez de a impedir de atingir a consciência” .
Estas palavras de Carl Rogers resultam da sua experiência enquanto psicoterapeuta, contudo não deixam de ser pertinentes no âmbito da importância do auto- conhecimento.
Como educadores, procuramos observar os jovens para os conhecer, para saber dos seus problemas, desejos, expectativas, capacidades, valores, e assim, os ajudarmos a “construirem-se e construirem” o mundo. Esta tarefa será tanto mais conseguida, quanto nós, educadores melhor nos conhecermos e mais abertos estivermos a ouvir e a entender os nossos alunos.
Nos dias de hoje, fala-se muito em crise de valores, ou até de inquietação social e mental, considerando, com frequência, os jovens como o sujeito de culpa dos actos que traduzem essas crises. Mas estas, não são aqueles; os actos que nós, adultos, reprovamos nos jovens, resultam das crises de valores que, por seu turno, têm origem nas crises económicas e políticas. Ora estes não são domínios de poder dos jovens, mas sim dos adultos.
Também sabemos o papel de modelo que qualquer educador, tutor ou pai/ mãe desempenham perante crianças ou jovens em formação. As atitudes dos adultos acabam por ser tomadas como exemplo a seguir pelos mais jovens, logo a nossa responsabilidade, enquanto educadores ganha um duplo significado.

BIBLIOGRAFIA
ROGERS, Carl R. ― Tornar-se Pessoa, Lisboa: Moraes
SENA, Jorge ― A Literatura Inglesa – Ensaio de Interpretação e de História. Lisboa, Cotovia, 1989
VIEIRA, Manuel ― Introdução, Tradução e Notas de O Rei Lear. Coimbra Editora, 1943

1 comentário:

Anónimo disse...

Agradeço.