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sábado, outubro 02, 2010

CALE-SE 5 - 2011


O Cale Estúdio Teatro - Associação Cultural de Actores, em parceria com a Delegação Regional da Cultura do Norte, a Câmara Municipal de V. N. de Gaia e a Freguesia de Canidelo, promove a quinta edição do festival CALE-se, Festival Internacional de Teatro, único certame do género a nível nacional de carácter competitivo. A edição de 2011, que se enquadra no âmbito do 25.º aniversário do Cale Estúdio Teatro, decorrerá aos sábados, entre 15 de Janeiro e 19 de Março, e rege-se pelo seguinte regulamento:



Regulamento


1. OBJECTIVOS DO FESTIVAL

Promover e apoiar o desenvolvimento qualitativo do Teatro de Amadores, premiando o mérito de prestações individuais e colectivas. Também a permuta de experiências, o reforço da solidariedade associativa e a divulgação do fenómeno teatral de carácter não-profissional, constituem objectivos deste projecto, sublinhando a importância que o Teatro de Amadores continua a assumir na sociedade.
É, ainda, objectivo do grupo organizador promover a divulgação e o intercâmbio com realidades de teatro não-profissional de outros países de língua oficial portuguesa e da União Europeia.

2. CONDIÇÕES DE ADMISSÃO

2.1. Podem concorrer ao "CALE-se 5" todos os grupos de teatro de carácter não-profissional, portugueses, de outros países da UE e de países de língua oficial portuguesa, sujeitando-se a uma selecção prévia. A organização pode, por sua vez, proceder a convites directos ou delegar esses convites aos parceiros institucionais.

2.2. Os grupos interessados devem proceder à sua inscrição (candidatura), entre 1 e 31 de Outubro de 2010 (data do correio).

2.3. A inscrição dos grupos deve ser feita através de formulário próprio, a enviar via postal ou por correio electrónico, a que os grupos devem juntar, obrigatoriamente, os seguintes elementos relativos ao espec-táculo que inscrevem:

a) texto integral e biografia do autor;
b) fotografias;
c) filmagem em DVD;
d) ficha técnica e artística;
e) sinopse;
f) cartaz;
g) rider técnico;
h) historial do grupo;
i) documento de classificação etária, atribuído pela Comissão de Classificação de Espectáculos.

2.4. A simples inscrição no "CALE-se 5" implica a aceitação integral das normas do presente regulamento por parte dos grupos de teatro candidatos.

3. MÉTODOS DE SELECÇÃO

3.1. Serão critérios de selecção dos espectáculos participantes, parâmetros artísticos, exigências técnicas, historial do grupo e factores logísticos como a duração do espectáculo e o número de elementos.

3.2. Os grupos estrangeiros devem ter em conside-ração o facto de o idioma utilizado nos espectáculos propostos não deve constituir um entrave à compreensão dos mesmos.

3.3. A divulgação dos grupos seleccionados será feita na segunda quinzena de Dezembro de 2010.

4. LOCAL

O "CALE-se 5" realizar-se-á nas instalações da Associação Recreativa de Canidelo, em Vila Nova de Gaia, ao abrigo do protocolo entre o Cale Estúdio Teatro e aquela associação. Não está excluída a hipótese de alguns espectáculos, pelas suas características, ou por indisponibilidade da sala, se realizarem noutros locais do concelho.

5. ESTRUTURA DO FESTIVAL

5.1. O "CALE-se 5" desenvolve-se ao longo de nove sábados. Em cada um dos dias, um grupo concorrente apresentará o seu espectáculo, num total de oito grupos concorrentes.

5.2. Faz parte do "CALE-se 5" uma sessão de encerramento, onde se procederá à entrega dos prémios. A sessão é precedida da actuação do grupo vencedor do Prémio “Melhor Espectáculo 2009”.

5.3. Cada grupo participante assume o compromisso de se fazer representar na sessão de entrega de prémios por, no mínimo, um elemento do grupo. A organização garante a estadia (alojamento em quarto duplo e jantar) a dois elementos de cada grupo.

5.4. Cada grupo participante é responsável pela montagem do seu espectáculo, devendo obrigatoriamente comunicar à organização, e em tempo útil, as necessidades de ordem técnica e/ou logística, que aquela tentará suprimir dentro das suas possibilidades.

5.5. A organização do “CALE-se 5” garante o alojamento dos participantes dos grupos cuja sede se situe a mais de 150 km de V. N. Gaia.

5.6. Fica também ao encargo da organização o jantar de sábado dos elementos participantes de grupos portugueses. Aos grupos estrangeiros que venham a participar no festival, a organização garante, ainda, o almoço de sábado e o de domingo.

5.7. Toda e qualquer despesa relativa a direitos de autor dos espectáculos seleccionados fica à responsabilidade dos grupos participantes, não assumindo a organização qualquer dever nesse sentido. Enquanto promotor do festival em referência, o Cale Estúdio Teatro providenciará as necessárias licenças de representação para os espectáculos que integrem o “CALE-se 5”. Para tal, os grupos seleccionados devem apresentar, no prazo máximo de 15 dias após confirmação de participação no “CALE-se 5”, autorização da Sociedade Portuguesa de Autores ou congénere, que comprove situação regularizada sobre os direitos de autor.

5.8. O incumprimento do ponto anterior por parte de qualquer grupo é motivo de anulação da sua partici-pação no festival, obrigando-se o grupo em questão a assumir todas as despesas eventualmente realizadas decorrentes da sua participação no festival.

6. JÚRI

6.1. O Júri é composto por três elementos: duas personalidades ligadas ao Teatro, convidadas pela organi-zação, e um terceiro elemento, do Cale Estúdio Teatro.

6.2. Nenhum membro do Júri poderá participar, nas mais diversas áreas, em qualquer dos espectáculos a concurso.

6.3. Os critérios de avaliação dos espectáculos serão definidos entre os membros do Júri.

6.4. O Júri é soberano, não cabendo recurso das suas decisões.

7. PRÉMIOS

7.1. O festival “CALE-se” institui a atribuição dos ‘Prémios CALE’, que visam distinguir as melhores prestações, entre os espectáculos a concurso e segundo a avaliação do Júri, nas seguintes categorias: Interpretação (masculina e feminina), Cenografia, Desenho de Luzes, Guarda-Roupa, Sonoplastia, Encenação e Espectáculo.

7.2. Os prémios são reconhecimentos de mérito, não pecuniários, simbolizados num troféu original concebido para o efeito.

7.3. Prevê-se, ainda, a atribuição do "Prémio do Público", que indicará a escolha do público para o Melhor Espectáculo, e para o qual podem votar os espectadores que assistam à maioria das sessões do "CALE-se 5". Para tal, a organização disponibilizará um cartão que permita o controlo das presenças e a respectiva votação.

8. HOMENAGEM

O Cale Estúdio Teatro convidará a estar presente na abertura do “CALE-se 5” uma figura de reconhecido mérito que tenha contribuído para o desenvolvimento, engrandecimento e divulgação do Teatro, e que será o patrono da quinta edição do festival.

9. OMISSÕES E ESCLARECIMENTOS

Dúvidas ou omissões do presente regulamento serão esclarecidas pela organização, cuja decisão será sempre soberana.

Mais informações:
Cale Estúdio Teatro
Rua do Meiral, 51 - 4400-501 Vila Nova de Gaia
Telefones: 911 062 216 - 963 697 254
caleestudioteatro@gmail.com



cale.se05@gmail.com

sexta-feira, julho 30, 2010

Conversa da treta

Morreu o actor António Feio.

Uma lição de vida - António Feio

Um aplauso de pé para António Feio...

Terminou às 23h25 de ontem, precocemente, uma das mais brilhantes carreiras do teatro português. Desaparece, com 55 anos, um homem que o público se habituou a respeitar. António Feio, internado de urgência na quarta-feira no Hospital da Luz – onde teve ontem duas paragens cardiorespiratórias durante a manhã – acabou por sucumbir à doença que o afligia há ano e meio.

Para a história ficará a memória de um artista de talento que fez rir milhões, sobretudo nas últimas duas décadas, em que, ao lado de José Pedro Gomes, criou um estilo próprio e inimitável de fazer comédia. Ironicamente, começou por fazer chorar...

António Feio tinha 27 anos quando o seu rosto se tornou familiar ao grande público, ao interpretar, na telenovela da RTP ‘Origens’, ‘Nando’, um toxicodependente cujo drama comoveu o País. Já tinha anos de trabalho em teatro. Filho de uma actriz, havia-se estreado nos palcos com apenas 11 anos, desafiado por Carlos Avilez a interpretar ‘O Mar’, de Miguel Torga.

Depois de uma breve passagem por um atelier de arquitectura, como desenhador o apelo das tábuas foi mais forte, e provou ser uma decisão acertada. A viragem na carreira aconteceria depois do encontro com José Pedro Gomes, no início da década de 90. A dupla de actores – cuja química se tornou evidente desde a primeira colaboração, em ‘Inox – Take 5’ – assinou vários espectáculos que foram num crescendo de sucesso: ‘Conversa da Treta’, ‘O Que Diz Molero’, ‘Arte’, ‘Pop Corn’, ‘Jantar de Idiotas’, ‘O Chato’, ‘2 Amores’.

O anúncio da doença veio interromper um percurso ascendente nos palcos, mas nem os tratamentos impediram António Feio de continuar a trabalhar. Apesar dos médicos lhe terem dado três meses de vida, recusou-se a baixar os braços e encontrou tempo – e forças – para terminar a ‘A Verdadeira Treta’, como actor, e de assinar duas encenações, uma das quais ‘Vai-se Andando’, com José Pedro Gomes. A sua página da rede social Facebook foi o elo de ligação com os fãs. A sua última mensagem foi: 'Esqueçam a minha doença! Parem para pensar!'. O velório realiza-se hoje à tarde no Palácio Galveias, em Lisboa.

PERFIL

António Feio nasceu a 6 de Dezembro de 1954 em Lourenço Marques. Estreou-se no teatro em 1966 e colaborou com estruturas como a companhia Laura Alves, Cooperativa de Comediantes Rafael de Oliveira, Teatro Popular, Teatro Aberto ou Teatro Nacional D. Maria II. Fez televisão, cinema e dobragens, encenou inúmeros espectáculos. Formou gerações de jovens como professor de teatro (no Centro Cultural de Benfica). Foi casado duas vezes e teve quatro filhos.

HONRADO NO DIA EM QUE SE TORNOU COMENDADOR

'Só espero ser um digno representante deste tipo de honra.' Foi assim que António Feio reagiu à condecoração que o Presidente da República, Cavaco Silva, lhe atribuiu no último Dia Mundial do Teatro, a 27 de Março. Desde essa data, o actor passou a comendador da Ordem Infante D. Henrique e compareceu à cerimónia, no Museu dos Coches, visivelmente emocionado, até pela fragilidade visível, reflexo já do seu estado de saúde. 'Queremos um País mais vivo, teatralmente falando, e com mais cultura. O teatro para nós é e será sempre uma festa', disse o actor, que falou na altura em nome de todos os homenageados. Acompanhado pela família, assumiu andar mais emotivo.

DOENÇA APROXIMOU FEIO DA FAMÍLIA

António Feio deixa quatro filhos: Bárbara e Catarina (do casamento com Lurdes Feio), e Sara e Filipe, da relação de 18 anos com Cláudia Cadima. Com uma carreira exigente, nem sempre foi o pai que quis, mas no último ano a doença acabou por aproximar a família – sobretudo depois da morte da irmã, Helena Luísa, falecida em Setembro de 2009, com a mesma doença de António Feio.

'Nós sempre fomos uma família muito próxima, mas claro que nos uniu mais', admitiu, recentemente, a filha Catarina.

Conscientes da luta que o pai estava a travar, as filhas mais velhas chegaram a ir viver com ele, em alturas diferentes, e, tal como o pai, sempre mantiveram uma atitude positiva. Aliás, segundo Cláudia Cadima, era António quem lhes dava maior força. Ontem, voltam a estar unidos, de forma diferente. O nascimento do neto Dinis, actualmente com dois meses, foi um momento de felicidade para o actor, que deixa um desejo por concretizar: levar os filhos a Moçambique, a terra onde nasceu. Ainda assim, manteve, até ao fim, coragem para lutar contra o ‘bicho’ que o consumia, mesmo quando admitiu:. 'Não tenho medo da morte'.

REACÇÕES

'VOU TER MUITAS SAUDADES DELE', Maria Rueff, Actriz

'Estou profundamente sentida com a morte do António. Vou ficar sempre com a memória de um extraordinário encenador, de um actor de comédia excepcional, que lutou sempre até ao fim contra a doença que o levou. Vou ter muitas saudades dele, mas sei que ele estará a sorrir onde quer que esteja'

'EXEMPLO DE CORAGEM PELA FORMA C0MO LUTOU', Nicolau Breyner, Actor

'Vou recordar o António Feio como um amigo de longa data. Tínhamos ainda uma grande diferença de idades. Era um actor muito inteligente, com um sentido de humor excepcional. O António deu também um exemplo de coragem pela forma como lutou com toda a força esta doença. Fez uma parelha fantástica comJosé Pedro Gomes.'

'PERDEU-SE UM HOMEM MUITO IMPORTANTE', Manolo Bello, Produtor

'Perdeu-se um grande homem e um grande actor. Era muito importante para o País. Amigo de toda a gente, estava sempre disponível. Lembro-me do António, há mais de 20 anos, no programa do Joaquim Letria, com o Nuno Artur Silva. Andava sempre preocupado com os textos, por causa da censura... Encarou este último momento da sua vida com muita dignidade.'

AMIGO CHORA MORTE DE FEIO

Aldo Lima, grande amigo de António Feio, acompanhou o sofrimento do actor ao longo das últimas semanas. Ontem, na hora do adeus, o comediante estava inconsolável, não conseguia controlar as lágrimas e, por isso, não conseguiu sequer dizer uma só palavra.


No "Todo o Mundo é um Palco" o nosso aplauso de pé!

domingo, junho 20, 2010

BEIJOOPORTO



Dias 22,25,29 e 30 de Junho às 21.45 - Rivoli - Pequeno Auditório

Levar à cena “BEIJOOPORTO”, é completar o tríptico de espectáculos baseados em textos do Historiador Portuense Professor Hélder Pacheco, que se iniciou em 2002, com “PORTO PROFUNDO”, e em 2006 com “A PÁTRIA DAS CAMÉLIAS”.
Intercalados por 4 anos, eis chegados a “BEIJOOPORTO”.

Adaptar para o Teatro alguns textos publicados em livros deste Historiador Portuense, é para nós um sentimento gratificante quando podemos desta forma singela, apesar de efémera, homenagear as humanidades do autor, as palavras e os gestos das gentes, o cheiro das ruas e lugares desaparecidos ou diferentes, a forma como defende orgulhosamente a sua (nossa) cidade, o encanto com que descreve a vida da gente e suas intimidades, feitas de rostos, frases, risos, desesperos e vozes.
Vozes que retratam a Cidade feita pátria das camélias, e que nos levam
profundamente a VER O PORTO, de Hélder Pacheco.
“BEIJOOPORTO” é o complemento deste tríptico que consideram:
“...uma manifestação cultural da cidade e para a cidade, uma forma da cidade se reencontrar com a sua cultura, e é, uma manifestação de gratidão da Companhia Teatral de Ramalde a todos que amam a cidade e valorizam a defesa dos valores desta comunidade, e nada mais oportuno do que o fazer, atravez do olhar de um homem do Porto: Hélder Pacheco”.
“BEIJOOPORTO” é composto por 2 partes com 19 quadros, onde 11 intérpretes representam 68 personagens e figuras, e ainda, o Bolo de S.João, o manjerico, o alho porro, a erva cidreira, as bichas de rabiar e os estalinhos, a “praia dos tesos” na Foz, o eléctrico UM, o arco e a gancheta, a bicicleta de arame, o carrinho de rodas, o pião, o livro de fiados, o óleo de fígado de bacalhau, as papas de linhaça, a infusa d’alhos, as águas do Rio Douro, a Ribeira, as ruas e praças, o Mercado do Bolhão, os Pregões do Porto.
Ah! e uma “bolinha vermelha”, que às vezes surge como aviso.
Divirtam-se e beijem este Porto...profundamente.

Alfredo Correia