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terça-feira, outubro 30, 2007

BIOGRAFIA



Todo o meu nascer
foi prematuro.


Agora,
em meus filhos
me vou dando às luzes.


Descendo, sim,
dos que hão-de vir.

MIA COUTO - Maputo, 2006

AMASPORTO 2007




PROGRAMASPORTO




3 de Novembro--- Grupo de Teatro Contracorrente- Rio Tinto
24 de Novembro--Teatro Amador de Loureiro- Oliv.de Azemeis
1 de Dezembro ---Bankuiteatro- Grupo de Teatro do B.E.S.-Porto
15 de Dezembro-- Flor de Infesta- S.M.de Infesta
29 de Dezembro--Escola Dramática de Valbom- Gondomar
12 de Janeiro-----GRIC-Teatro da Lourocoop- Lourosa
19 de Janeiro-----ACGICTAR-Teatro e Cultura de Jovim- Gondomar
2 de Fevereiro----Companhia Teatral de Ramalde- Porto

3 de Fevereiro---Cerimónia de Encerramento
Atribuição dos “Prémio Talma”
Com a participação do Grupo Musical ”Tributo a Zeca Afonso”

Espectáculos (aos sábados-21,45h.) na Sala-Teatro do 26 de Janeiro
Encerramento- 16 horas –Auditório da Paróquia da Igreja de Ramalde

domingo, outubro 28, 2007

FESTOVAR 2007


FESTOVAR


Organizado pela Contacto, o Festovar – Festival de Teatro de Ovar data de 1994 e tem como principal objectivo a promoção do teatro no nosso concelho. Pela forma cuidada e bem sucedida como tem sido realizado, o Festovar conquistou a simpatia dos espectadores e é, actualmente, considerado um dos mais importantes acontecimentos culturais de Ovar. Organizado pela Contacto, o Festovar – Festival de Teatro de Ovar data de 1994 e tem como principal objectivo a promoção do teatro no nosso concelho. Realizado com o contributo dos grupos de teatro associativo mais qualificados do nosso país, o Festovar caracteriza-se por ser anual, temático e abrangente. Decorre nos meses de Outubro e Novembro, com a intervenção de figuras ligadas à cultura nacional e contempla todos os públicos: crianças, jovens e adultos. Ilustra-o um troféu e uma edição do Boletim Água Corrente. Pela forma cuidada e bem sucedida como tem sido realizado, o Festovar conquistou a simpatia dos espectadores e é, actualmente, considerado um dos mais importantes acontecimentos culturais de Ovar.O XIV Festovar - Festival de Teatro de Ovar decorre de 12 de Outubro a 01 de Dezembro de 2007 com espectáculos aos Sábados à noite (para adultos) e Domingos à tarde (para a infância e juventude). Todos os espectáculos decorrerão na Casa da Contacto – Rua Dr. José Falcão, 237 / 239; 3880-205 Ovar.


VEJA O PROGRAMA DO FESTIVAL EM http://www.contactovar.com/

segunda-feira, outubro 15, 2007

« O SENHOR DOS PALCOS »


Nome Completo: Paulo Paquet Autran
Natural de: Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
Nascimento: 7 de setembro de 1922
Falecimento: 12 de Outubro de 2007

Paulo Autran faleceu em 12 de outubro de 2007, vítima de parada respiratória decorrente de um enfisema pulmonar. Ele lutava contra um câncer e um enfisema pulmonar. Em 85 anos de vida, dedicou 57 às artes, com atuações em teatro, cinema e televisão. É considerado um dos gênios do teatro brasileiro. [...]
Paulo Autran nasceu no dia 7 de setembro de 1922, no Rio de Janeiro. Aos 8 anos, mudou-se com a família para São Paulo. Nessa época, já cultivava um interesse pelo teatro, indo assistir a várias peças. [...]
O ator Paulo Autran diz que seu primeiro contato com o teatro foi aos 7 anos de idade, quando improvisou um figurino composto por calção e chinelos vermelhos e uns chifrinhos feitos por sua tia para interpretar um diabo, numa peça escrita por sua irmã mais velha. Autran conta que escreveu sua primeira peça aos 11 anos. Segundo diz o ator, aos risos, "As Onças da Jamaica" tinha uma avó muito velha, "mais de 30 anos, o auge da velhice na época".Apesar das brincadeiras de criança, em 1945, formou-se em Direito, pela Universidade de São Paulo (USP), tendo, inclusive, escritório próprio, mas abandonou a profissão em 1949 para dedicar-se ao teatro incentivado por Tônia Carrero. [...] A primeira peça da dupla, que sempre trabalhou em perfeita sintonia, foi "Um Deus Dormiu Lá em Casa", de Guilherme Figueiredo, que teve sua estréia em 13 de Dezembro de 1949. Logo em seu primeiro papel, Autran foi agraciado com o prêmio de melhor ator do ano de 1949. [...]

Nos primeiros anos de sua carreira, trabalha no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC). Em 1955, forma com Tonia Carrero e Adolfo Celi a sua própria companhia que durou até 1961. A estréia é triunfal com a montagem de "Otelo", de Shakespeare, traduzido especialmente para a ocasião. Algumas de suas interpretações de clássicos, como "Antígone", "Édipo Rei", "My Fair Lady", "Seis Personagens em Busca de um Autor", "A Morte de um Caixeiro Viajante", "A Viúva Astuciosa" (de Goldoni), "Sem Saída" (de Sartre), "Visitando o Sr. Green", e "Adivinhe quem Vem para Rezar". marcam a história do teatro brasileiro. Em 1962, o musical "My Fair Lady" fez grande sucesso, permanecendo dois anos em cartaz. [...]

Com a instauração da ditadura militar, o seu público passou a ser basicamente de jovens e universitários. Em diversas ocasiões, Autran teve de sair de uma apresentação diretamente para o Departamento de Ordem Política e Social (Dops) para prestar depoimento. A peça "Liberdade, Liberdade" (1965) foi assistida por milhares de estudantes, que a encararam como uma forma de protesto contra o regime vigente no Brasil. Em 1970, a montagem de "Brasil e Cia" foi censurada. Autran teve de representar toda a peça para o chefe da Polícia Federal, para que ela fosse liberada. [...]Atuou, ainda, em várias outras peças aclamadas pelo público e pela crítica. Destacam-se "Vida de Galileu" (de Brecht, 1989), em 1995, obtém grande sucesso com a peça "As Regras do Jogo", de Noel Coward, "Rei Lear" (de Shakespeare, 1996) e "O Crime do Doutor Alvarenga" (de Mauro Rasi, 1998). Em mais de 50 anos de carreira no teatro, atuou em mais de cem montagens. Aos 73 anos, realiza a antiga ambição de um ator shakespeariano, interpretando o infeliz e ancião protagonista de Rei Lear. Dirigiu algumas peças, como "Pai" (1999), um monólogo com a atriz Beth Coelho, e "Dia das Mães" (2001). [...]

"O Avarento" foi sua 90ª montagem teatral aos 83 anos de idade. Clássico do teatro francês e mundial, a peça de Molière foi traduzida e adaptada por Felipe Hirsch. Obcecado por dinheiro, Harpagon é um personagem egoísta, interesseiro e cruel, que enterra uma caixa no jardim com suas adoradas moedas. Autran tinha planos de levar a comédia a Portugal em 2007. [...]

Na televisão: Gabriela, Cravo e Canela (1960); Pai Herói (1979); Os Imigrantes (1981); em Guerra dos Sexos (1983) protagonizou ótimos momentos com Fernanda Montenegro; Sassaricando (1987); Brasileiras e Brasileiros (1990); Hilda Furacão (minissérie, 1998).

Filmografia: Veneno (1952); Apassionata (1952); Uma Pulga na Balança (1953); É Proibido Beijar (1954); Destino em Apuros (1954); As Sete Evas (1962); Crônica da Cidade Amada (1964); Terra em Transe (1967); Mar Corrente (1967); O Menino Arco-Íris (1983); Vertigens (1985); O País dos Tenentes (1987) quando recebeu o prêmio de melhor ator no Festival de Brasília; Fogo e Paixão (1988); Felicidade É... Sonho (1995); Tiradentes (1998); Oriundi (1999). Recentemente esteve em "A Máquina" (2005) e "O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias" (2006). [...]

Segundo o crítico Sérgio Salvia Coelho (A Folha de São Paulo), "Paulo Autran era culto e estudioso, intérprete, foi modelo para a profissão e atravessaria o novo século sem se esgotar. Paulo Autran será sempre a referência do ator brasileiro. [...] Sua técnica, apurada ao longo de décadas, em uma dedicação constante, guardava um selo de qualidade inconfundível. Mas Paulo Autran não era apenas um nome nem mesmo um rosto: era uma paixão em cena. [...] Deixa assim um modelo inequívoco de como deve ser um ator: culto, estudioso, capaz de traduzir os textos estrangeiros que encena, capaz de dirigir seus colegas sem impor seu estilo pessoal, sempre atento ao que acontece nos palcos do mundo, seja na Broadway ou na praça Roosevelt. [...]
A vida de Paulo Autran sempre foi o teatro. Então, Paulo Autran não morrerá nunca." [...]


Fontes de Informação:


quinta-feira, outubro 11, 2007

DORIS LESSING - NOBEL DA LITERATURA 2007


Doris Lessing durante a apresentação do seu livro The Cleft, no Teatro de Thalia, em Hamburgo


Nobel de Literatura Doris Lessing vence contra as previsões


Escritora inglesa de 87 anos ultrapassou nomes como DeLillo, Roth e Magris
Luciana Leiderfarb
17:00 Quinta-feira, 11 de Out de 2007

Como todos os anos, o Nobel da Literatura prestou-se a inúmeras especulações. Mas poucas, curiosamente, apontavam Doris Lessing como vencedora. Hoje, soube-se que nem sempre as intenções do Comité Nobel são previsíveis: é ela quem receberá das suas mãos o prestigiado galardão, na cerimónia que decorrerá em Estocolmo a 10 de Dezembro. O mesmo Comité justifica a sua escolha - que passou à frente de nomes favoritos, como os norte-americanos Don DeLillo, Philip Roth ou o italiano Claudio Magris - qualificando a escritora como "contadora épica da experiência feminina, que com cepticismo, ardor e uma força visionária perscruta uma civilização dividida." Trata-se da 11ª mulher a conquistar o prémio em toda a sua história, que remonta a 1901, quando foi outorgado ao poeta francês Sully Prudhomme.
Em Portugal, as opiniões continuaram divididas mesmo após ser conhecida a decisão. Maria Alzira Seixo, catedrática da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, disse à Lusa que considera Lessing "uma escritora de segunda ordem". Sendo "interessante do ponto de vista da escrita intimista e psicológica na esteira da Virginia Wolf, não está entre os melhores escritores que poderiam merecer esta distinção", argumentou, acrescentando que Philip Roth e António Lobo Antunes "podiam ter sido os distinguidos deste ano". Já Maria Teresa Horta congratulou-se com a escolha. Além de Doris Lessing apresentar "uma escrita muito equilibrada mas procurando sempre novas maneiras de escrever", ela "dá uma grande atenção nos seus livros aos discriminados, aos desprotegidos". "Temia que se cumprisse o destino de outras notáveis mulheres como Virginia Wolf e Marguerite Yourcenar que morreram sem receber o Nobel, mas felizmente assim não acontece e foi uma excelente escolha da Academia", salientou. Entre as mulheres que mais recentemente venceram o Nobel encontram-se a austríaca Elfriede Jelinek e a polaca Wislawa Szymborska.
A escolha de Lessing é igualmente polémica fora de Portugal. O crítico e escritor Harold Bloom afirmou à Associated Press que a decisão corresponde a "pura correcção política" . "Acho a sua obra dos últimos 15 anos ilegível", comentou, qualificando-a de "ficção científica de 4ª ordem".
Muitos dos livros de Doris Lessing abordam temas controversos como a divisão entre negros e brancos, o colonialismo, o racismo, as questões feministas e a violência contra crianças. O continente africano assume uma posição de destaque nos cenários das suas obras, o que tem uma razão de ser: a escritora passou uma grande parte da sua infância da Rodésia do Sul, hoje Zimbabué. Lessing nasceu na Pérsia, actual Irão, em 1919, com o nome Doris May Tayler, no seio de uma família inglesa em que o pai era um funcionário do Banco Imperial da Pérsia e a mãe uma enfermeira. Em 1925, mudaram-se para a Rodésia do Sul. Doris Lessing viria a descrever a sua infância como um misto de "algum prazer e muita dor". Autodidacta (só tardiamente estudou num liceu feminino, que abandonou aos 13 anos), foi por esforço próprio que se tornou numa intelectual e, mais tarde, numa escritora. Não há muito tempo que Lessing declarou que as infâncias infelizes tendem a produzir escritores de ficção. "Mas eu, na altura, não pensava nisso. Pensava apenas em fugir, o tempo todo", lembrou. Tinha 15 anos quando de facto saiu de casa para aceitar um emprego como enfermeira, onde o patrão lhe dava livros de política e sociologia para ler. Começou a escrever histórias e rapidamente vendeu duas para revistas da África do Sul. Mais tarde foi também telefonista e estenógrafa.
Depois do seu primeiro livro, "A Erva Canta", de 1950, ela só alcançaria o reconhecimento mundial em 1962, com a publicação do clássico feminista "O Caderno Dourado". A escrita de Lessing teve várias "fases", a primeira comunista, a segunda psicológica e a terceira "sufista", onde a escritora explora as temáticas do sufismo utilizando a ficção científica. Ao todo, Lessing (que completa 88 anos a 22 de Outubro) é autora de mais de cinco dezenas de livros, cerca de 20 editados em Portugal. A notícia do Nobel apanhou-a de surpresa, enquanto fazia compras em Londres, cidade em cuja periferia reside. Ficou a saber que receberá 10 milhões de coroas suecas (1,1 milhões de euros) pela comunicação social.
DORIS LESSING é autora de peças como SWEENEY TODD e O TERRÍVEL BARBEIRO DE FLEET STREET


Doris May Taylor Lessing(1919)

Escritora inglesa, nasceu na Pérsia (hoje Irão). Os pais eram ingleses. A família foi viver para o Zimbabwe, em 1925. Estudou na Rodésia e viveu na África do Sul, onde interiorizou a preocupação pela falta de liberdade de alguns. Doris e o irmão eram dominados pela mãe que a mandou para um colégio de freiras de onde Doris fugiu, por a atemorizarem com demónios. Tinha treze anos. Passou a estudar sozinha e a ler Dickens, W. Scott, Stevenson, Kipling, Dostoievsky e D.H. Lawrence, que lhe povoaram a imaginação. Sempre com um mau relacionamento com a mãe sai de casa aos quinze anos indo trabalhar como ama seca. Começou a escrever pequenas histórias que vendeu a revistas da África do Sul. Em 1937 mudou-se para Salisburia como operadora de telefones. Aos dezanove anos casou. Teve dois filhos. Criticou a vida tradicional britânica confrontada com a realidade de África. Tem obras de ficção como Contos Africanos, mas escreveu também com preocupações sociais. Esteve no Paquistão e escreveu sobre os campos de refugiados afegãos. Radicou-se em Londres em 1954. É uma das escritoras vivas que melhor conhece a realidade africana, embora seja algo controversa. Escreveu até hoje mais de cinquenta títulos e dois livros autobiográficos, um deles com o título "Under My Skin: volume One of My Autobiography, to 1949...." Escreveu sobre a sua infância. Em 1995 recebeu o James Tait Black Prize para melhor biografia. É regularmente nomeada para o Nobel da Literatura. Continua activa. Em 1999 foi-lhe concedido o título de Dame do Império Britânico.

UMA NOITE COM...CHE GUEVARA


No dia 8 de Outubro completam-se 40 anos sobre o assassinato de Che Guevara, na Bolívia.
No dia 13 de Outubro próximo, Movimentum - Arte e Cultura em colaboração com o Grupo Dramático e Musical Flor de Infesta, apresenta "Uma Noite com... Che Guevara", com a participação de Albino Santos, Carlos Andrade, Fernando Fernandes, Fernando Peixoto, Maria Mamede e Roberto Merino.