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sexta-feira, fevereiro 01, 2008

ENTRE A PIEDADE E A INDIGNAÇÃO - UM CASO DE PLÁGIO !


Plágio ((do Lat. plagiu << Gr. plágios, oblíquo, indirecto, astucioso)
substantivo masculino
o m. q. plagiato; cópia fraudulenta do trabalho de outrem que um autor apresenta como sua>

Já fatigado, parei. Não, não estava cansado pela observação feita, mas pelo crescer de indignação que me invadia. Mas passemos ao cerne da questão.
Ao passar os olhos por uma pequena obra (cerca de 90 páginas) que se assumia como ajuda para a técnica do actor, assaltou-me a estranha sensação de déjà vu!
Esta obra era da «autoria» de um amigo meu!
Busquei, então, obras que tratavam da mesma matéria. E encontrei
Cerca de 30 anos antes, um notável poeta e combatente antifascista, que se vira obrigado ao exílio, (infelizmente já falecido) publicara uma obra sobre o mesmo tema e com título semelhante.
Fui lê-la: lá estava a explicação:
Grande parte da obra do meu «amigo» fora COPIADA daquela. E onde, na original, aparecem citações com aspas e mesmo referências a outros autores de que se serviu, nesta cópia grosseira e oportunista essas citações e referências foram simplesmente banidas. Páginas e páginas inteiras foram literalmente copiadas e só não as contabilizei porque cheguei a uma altura em que já não aguentava mais a DESILUSÃO e o DESGOSTO!
É que com amigos assim, que cobram publicações com o trabalho alheio, já não preciso de inimigos!
Perguntar-me-ão: então não divulgas os nomes?
Não. O plagiado já faleceu. O plagiador, já entrado na idade, felizmente está vivo e passeia-se por aí com o ar mais feliz deste mundo.
Ele que continue pavoneando-se. Talvez a consciência o morda, um dia.
Mas não mais voltarei a olhá-lo com os olhos de antigamente.

FERNANDO PEIXOTO





5 comentários:

Menina Marota disse...

Triste... como são todas as desilusões.

E o plagiador sabe que foi descoberto?

Um abraço solidário

Branca disse...

Percebo a indignação Fernando. Será que esta gente sem escrúpulos acha que nunca é descoberta? Eu penso que são loucos. Não me admiro porque há um ano atràs ou mais estava eu a ler a página do leitor no JN, que ao Sábado é dedicada à poesia e logo no primeiro verso do primeiro poema tive essa sensação do déjà vu e à medida que ia prosseguindo nem podia acreditar, era o Kyrie do José Carlos Ary dos Santos, assinado com outro nome. Mais espantada fiquei que os responsáveis da página não se tenham apercebido, pois nos anos setenta eu própria escrevia para uma secção de poesia juvenil também no JN e também publicada ao Sábado, que era coordenada e criticada por grande figura das letras na cidade do Porto, o Dr. Nuno Teixeira Neves e por isso me habituei a grande rigor nestas coisas. Imediatamente escrevi um e-mail a denunciar a situação, citei até a data de publicação do poema, o livro em que se inseria, pois em vez de confirmarem e passarem a sua própria resposta ao leitor, limitaram-se a publicar o meu e-mail tal e qual o enviei, assinado por mim. Que jornalismo nós temos!Enfim, assumi eu a defesa do Ary, não o jornal.
Já me aconteceu o mesmo numa revista missionária com um poema de uma pessoa amiga, também plagiado na íntegra, mas aí a revista teve outra postura mais assumida.
É revoltante o facilitismo e a vulgaridade que se instala porque os responsáveis que deviam travar estes autênticos crimes passam ao lado destas questões com a maior das indiferenças.
Um abraço

Anónimo disse...

Mesmo tendo já o plagiado falecido;

mesmo estando o plagiador a pavonear-se;

há uma Lei, que qualifica esse acto como contrafacção.

A partir do momento em que se verifique essa situação, poder-se-ão encetar diligências no sentido de:

-repôr a verdade sobre a autoria;

-ressarcir o plagiado, na pessoa dos seus herdeiros;

-e, deste modo, "baixar as penas" de quem se pavoneia, fazendo-o passar por "outras penas" menos felpudas...

São disse...

Meu querido amigo, não contes muito com o remorso eventual da criatuta, pois geralmente a vergonha já não aparece a quem perdeu a decência!
Abraço-te!

Anónimo disse...

é por estas e por outas que este blog e o seu trabalho não deve ficar po aqui.
beijo
vera pitrez