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terça-feira, fevereiro 07, 2006

BABINE pelo Teatro Art'Imagem



“Um parvo houve por bem
Ir correr a Rússia a fundo
Para ver se via o mundo
E dar nas vistas também…”

Adaptado de um conto de Leon Tolstoi, o Teatro Art´ Imagem apresenta a sua última produção no aniversário dos seus 25 Anos de Actividade Teatral, no pequeno auditório do Teatro Municipal Rivoli.

Este Babine, o Parvo é parente de todos os parvos do mundo que partindo a procura do conhecimento sofrem duras penas pela conquista do saber. Irmão do Pedro Urdemales ou o Pedro das Malas-artes, acabará por conquistar a verdade e o respeito da família depois de passar por muitas peripécias, como o rapazinho dos irmãos Grimm que partindo a procura do medo conquista o amor da filha do rei e um balde de agua fria.

Espectáculo musical emoldurado pela transparência videográfica que inspirada em Chagall, marca cromaticamente a viagem por uma Rússia primeiro e mais tarde pela historia da URSS.

Para todas as idades, falado em português e com frases que se repetem em russo o espectáculo poderá fazer as delícias do público que se identificará com esta personagem singular, intrépida e aventureira sem medo dos perigos mas também com ânsia de voltar para casa.

Com dramaturgia e encenação de José Leitão que soube muito bem neste espectáculo misturar os diferentes recursos de uma equipa jovem de actores e artistas plásticos e musicais, Babine o Parvo se recomenda pelos seus méritos próprios como espectáculo característico e na senda de uma companhia que luta há 25 anos pela continuidade e dignificação do teatro na cidade do Porto, nunca esquecendo os compromissos culturais e estéticos como os compromissos com a actualidade e o mundo contemporâneo como ficou claro nos últimos espectáculo Ratos e Homens e Netzarim/ Palestina.

Para aqueles como eu que amamos o cinema com a mesma paixão do teatro, não pode deixar de ser comovedora a ultima cena na qual Babine se afasta em direcção a um horizonte carregado de solidão, uma espécie de Charlot que desaparece na paisagem enquanto a luz esmorece.

Roberto Merino Mercado

Porto 6/02/06

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