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sexta-feira, novembro 16, 2007

O CARTEIRO DE PABLO NERUDA



O Carteiro de Pablo Neruda de Antonio Skármeta
com António Reis, Miguel Rosas, Sandra Ribeiro e Sara Barbosa

sinopse: Mário Jiménez vive com o pai na Ilha Negra, onde o principal ofício é a pesca, mas Mário não quer ser pescador e aos 17 anos arranja trabalho como carteiro.Naquele lugar, não se lê nem se escreve e Mário tem um único cliente, Pablo Neruda. A amizade de Don Pablo e a sua poesia transformam a vida de Mário. Este jovem carteiro descobre o poder da metáfora e da poesia através do contacto e da amizade com o poeta.


FICHA TÉCNICA
Encenação: Júlio Cardoso
Elenco: António Reis, Miguel Rosas, Sandra Ribeiro e Sara Barbosa
Companhia Seiva Trupe


BREVE COMENTÁRIO:

Para quem leu a obra de Skármeta (e muito mais para quem viu o filme), era imensa a expectativa. Como o era, também, ver como a interpretação de António Reis se adaptaria à personagem que, à partida, parecia estar talhada para aquele que, afinal, veio a ser o encenador: Júlio Cardoso.

Realmente, não poderemos aquilatar da forma como Júlio Cardoso defenderia a personagem de Pablo Neruda, mas podemos asseverar que António Reis ultrapassou largamente a nossa expectativa. Sobretudo depois de termos visto YEPETO, onde nos aparece uma encenação muito bem conseguida (também de Júlio Cardoso) e uma interpretação soberba do António Reis, vê-lo agora encarnando a figura do grande poeta chileno parecia-nos uma aposta difícil de ser ganha. Mas foi.

António Reis mostrou-nos, mais uma vez, a sua imensa capacidade de desdobrar-se em múltiplas e díspares personagens, revelando-nos um actor de posse de todas as faculdades do comediante que sabe utilizar todos os recursos recolhidos numa intensa e multifacetada carreira, e soube trazer ao palco do Campo Alegre um poeta que aliava o génio ao humanismo intenso que o caracterizou. O poeta alegre e carinhoso, mas também o homem de ideais que lutou sem quebras de coerência nem de ânimo, está ali, presente em corpo inteiro, no corpo dawquele que é hoje, um dos maiores actores do teatro português: o tripeiríssimo António Reis.

Há que realçar, ainda, a encenação despojada de artifícios, mas rigorosa, de Júlio Cardoso (excepção para o lago frontal, cujo interesse nos pareceu algo despiciendo) e, sobretudo, a sua mão de mestre na direcção de actores.

A música, bem escolhida a partir do folclore chileno, foi utilizada como complemento do texto, sublinhando ainda a magnífica interpretação de Miguel Rosas, Sandra Ribeiro (recém chegada ao teatro profissional mas demonstrando já uma segurança invejável) e de Sara Barbosa.

Um espectáculo, de facto, a não perder, para quem admira Pablo Neruda, mas também para quem gosta do (verdadeiro) TEATRO.


FERNANDO PEIXOTO



4 comentários:

Branca disse...

Gosto imenso de Pablo Neruda, vi o filme "O Carteiro de Pablo Neruda" e adorei, aliás está referenciado nos meus filmes preferidos no perfil do meu blog e gosto imenso da Companhia Seiva Trupe e de António Reis, cada vez mais apurado nas últimas interpretações, bem como do talento de encenação de Júlio Cardoso.ESpero não perder esta peça, embora ande com pouca disponibilidade por doença de familiar.Quando a vir, virei cá falar dela.
Um abraço Fernando

Anónimo disse...

sem comentario possivel. De m mao gosto que até doi. Como é capaz de um texto tao belo ser usado de forma tao ridicula.
A forma apurada de que falam aqui, nao irei comentar pois não vale d todo a pena.
Apurado espero plo meu almoço.
Vamos viver a arte sem umbigo na boca de cena.

Todo o mundo é um palco disse...

Resposta a ANÓNIMO DISSE...

Podemos, em qualquer instante, remover este comentário NOJENTO de um COBARDE que encobre a sua opinião maledicente atrás do anonimato.
Não o vamos fazer porque os nossos valores de honestidade não são minimamente beliscados por esta espécie de viscosos rastejantes. Pode não se gostar do que escrevemos, mas então afirmemo-lo claramente. E assinemos.
Não somos donos da verdade, mas este repugnante comentarista é que nem verdade possui. E actua como um daqueles «bufos» da PIDE de má-memória.
FERNANDO PEIXOTO

Anónimo disse...

e no palco a Sandra Ribeiro uma licenciada em teatro pela ESAP/Escola Superior Art�stica do Porto, Parab�ns !