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sexta-feira, novembro 16, 2007

HOMENAGEM AO ACTOR ANTÓNIO REIS


MIT Valongo abre com homenagem a António Reis.


O ENTREtanto MIT Valongo – Mostra Internacional de Teatro conta com a participação de projectos de Espanha, França, Brasil e ainda com representações nacionais. A homenagem ao actor António Reis abriu em 16 de Novembro, a 10ª edição do festival, no Fórum Cultural de Ermesinde.

O Fórum Cultural de Ermesinde, acolheu a homenagem ao actor António Reis, com a peça «YEPETO- A Dor de Uma Paixão», o vídeo-documentário «António Reis, o Actor», que incluiu testemunhos e dedicatórias, e a inauguração da exposição «António Reis: Uma vida no teatro», que estará patente ao público até 24 de Novembro, com fotografias sobre a sua vida e carreira. A homenagem marca toda a Mostra, ambicionando contribuir para a aproximação das várias faixas etárias e segmentos de público ao projecto de vida no palco, à entrega, tantas vezes difícil, do profissional do Teatro.

Anualmente, o MIT presta homenagem a uma personalidade da área, cuja carreira espelha a sua entrega e dedicação ao Teatro.

António Manuel Lopes da Silva Reis nasceu a 20 de Janeiro de 1945, no Porto, na freguesia de Massarelos. Na Ordem da Lapa, aprendeu as primeiras letras e, ainda a brincar, foi participando nas récitas teatrais da escola. Em 1964, com o nome artístico António Reis, inicia a sua actividade no Grupo dos Modestos. Em 1970 ingressa no Teatro Experimental do Porto e, três anos mais tarde, torna-se fundador e director da Seiva Trupe – Teatro Vivo. Entre os encenadores com que trabalhou destacam-se Júlio Cardoso, Carlos Avilez, Carlos Cabral, Norberto Barroca, Correia Alves, Joaquim Benite, Fernando Heitor, os brasileiros Ulysses Cruz, Roberto Lage e Gabriel Villela, os espanhóis Angel Facio e Pere Planella e o argentino Júlio Castronuovo.

Para além do palco, António Reis marcou também presença na televisão com 36 participações em séries, telenovelas, espectáculos e programas. A sétima arte também conta com o seu trabalho, nomeadamente nos cinco filmes de Manuel de Oliveira em que participou, «Vale Abraão», «Inquietudes», «Palavra e Utopia», «Quinto Império» e «Cristóvão Colombo – O Enigma».

Dois terços da vida de António Reis foram passados no palco com 73 peças representadas – 47 das quais como actor principal –, sempre assinadas por autores de renome como Jorge de Sena, Camilo Castelo Branco, Bernardo Santareno, Dias Gomes, Gil Vicente, Júlio Dinis, Almeida Garrett, Romeu Correia, Moliére, Samuel Beckett, Federico Garcia Lorca, Mrozek, Bertolt Brecth, Plínio Marcos, Nelson Rodrigues, Sofocles, Luigi Pirandello, Chico Buarque de Hollanda, Leon Tolstoi, William Shakespeare, Eugéne Labiche, Copi, Peter Schaffer e Heiner Müller.

(Extractos da notícia publicada em O PRIMEIRO DE JANEIRO de 16 de Novembro de 2007).


BREVE COMENTÁRIO


O António Reis é já hoje uma figura de referência do melhor teatro que se tem feito em Portugal. Habituados como estamos a valorizar tudo quanto é estrangeiro, ou do Sul de Portugal, era já mais que tempo para reconhecermos este valor incontornável do teatro nacional nascido na Lapa, em pleno coração da cidade do Porto.

Homem de amizades solidárias e de convicções, António Reis tem sabido , ao longo da sua vida, conciliar TEATRO com COERÊNCIA, CULTURA com SOLIDARIEDADE, AMIZADE com HUMANISMO.

Foi com prazer imenso que nos integramos numa plateia repleta de admiradores do Homem, do Actor, do Companheiro a quem todos nós ficamos devedores pelo muito que nos tem dado.

O TEATRO, contigo, António Reis, torna-se mais digno e solidário, Mas, aqueles que têm o privilégio de te conhecerem, sabem que usufruem de um handicap invejável: estão mais perto dos valores que tornam o HOMEM no verdadeiro CRIADOR da Arte e do Humanismo.

Só espero, ansioso, que homens como tu e o Júlio Cardoso vejam, em breve, o Grande Porto reconhecer com a dignidade que merecem, o inquestionável contributo que ambos têm dado à cultura e ao TEATRO!


FERNANDO PEIXOTO

2 comentários:

Branca disse...

Tive pena de não ter estado na homenagem a António Reis no dia 16 no Fórum Cultural de Ermesinde.Tenho acompanhado a sua carreira e alguma da história do Seiva Trup.Vi já no Verão, no Teatro Campo Alegre a sua interpretação excepcional em "Ypeto-A Dor de uma paixão" e não me importava de repetir.
Espero ainda ver "O Carteiro de Pablo Neruda".
Obrigada pela reportagem que faz e biografia que nos deixa do actor.
Um abraço.

Branca disse...

Volto para corrigir dois erros de lapso a teclar: Trupe e Yepeto, que ficaram sem um e no comentário anterior.