

Robert Lepage, actor, encenador e dramaturgo canadiano é o autor da Mensagem para o Dia Mundial do Teatro 2008. Segue-se a mensagem por ele escrita, com tradução e desenho de Francisco Luz, extraída do blog http://utpico-e-desalmado.blogspot.com/2008/03/dia-mundial-do-teatro-2008.html:
Existe um sem número de hipóteses sobre a origem do teatro, mas a que mais me exalta tem a forma de uma fábula:
Uma noite, na alvorada dos tempos, um grupo de homens juntaram-se numa pedreira para se aquecerem volta de uma fogueira e para contar histórias. De súbito um deles lembrasse de utilizar a sua sombra para ilustrar a história usando a luz das chamas, ele fez aparecer mas paredes da pedreira personagens maiores que a vida. Os outros, maravilhados, foram reconhecendo por sua vez o forte e o fraco, o opressor e o oprimido, o deus e o mortal.
Nos nossos dias, a luz dos projectores substituiu o fogo da lenha inicial, e a maquinaria de cena, os muros da pedreira. E apesar das diferenças para certos puristas, esta fábula lembra-nos que a tecnologia estava na origem do teatro e que ela não deve ser entendida como uma ameaça mas como um elemento unificador.
A sobrevivência da arte teatral depende da capacidade de se reinventar, integrando novas ferramentas e novas linguagens.
Senão, como o teatro poderia continuar a ser testemunha de grandes assuntos da nossa época e promover o entendimento entre as pessoas, se ele não tiver um espírito de abertura? Como poderia ele se orgulhar de oferecer soluções para os problemas de intolerância, da exclusão e do racismo, se, na sua pratica, resiste a alguma fusão e a toda a integração?
Para representar o mundo em toda a sua complexidade, o artista deve trazer formas e ideias novas, e confiar na inteligência do espectador, capaz, ele, de distinguir a silhueta da humanidade no seu perpétuo jogo de luz e sombra.
É também verdade se brincarmos com o fogo, podemo-nos queimar, mas podem-nos igualmente fascinar e iluminar.
Uma noite, na alvorada dos tempos, um grupo de homens juntaram-se numa pedreira para se aquecerem volta de uma fogueira e para contar histórias. De súbito um deles lembrasse de utilizar a sua sombra para ilustrar a história usando a luz das chamas, ele fez aparecer mas paredes da pedreira personagens maiores que a vida. Os outros, maravilhados, foram reconhecendo por sua vez o forte e o fraco, o opressor e o oprimido, o deus e o mortal.
Nos nossos dias, a luz dos projectores substituiu o fogo da lenha inicial, e a maquinaria de cena, os muros da pedreira. E apesar das diferenças para certos puristas, esta fábula lembra-nos que a tecnologia estava na origem do teatro e que ela não deve ser entendida como uma ameaça mas como um elemento unificador.
A sobrevivência da arte teatral depende da capacidade de se reinventar, integrando novas ferramentas e novas linguagens.
Senão, como o teatro poderia continuar a ser testemunha de grandes assuntos da nossa época e promover o entendimento entre as pessoas, se ele não tiver um espírito de abertura? Como poderia ele se orgulhar de oferecer soluções para os problemas de intolerância, da exclusão e do racismo, se, na sua pratica, resiste a alguma fusão e a toda a integração?
Para representar o mundo em toda a sua complexidade, o artista deve trazer formas e ideias novas, e confiar na inteligência do espectador, capaz, ele, de distinguir a silhueta da humanidade no seu perpétuo jogo de luz e sombra.
É também verdade se brincarmos com o fogo, podemo-nos queimar, mas podem-nos igualmente fascinar e iluminar.
ROBERT LEPAGE Homme de théâtre

Robert Lepage é um dos encenadores teatrais de maior prestigio no mundo. Nascido em Quebec em 1957, estudou no Conservatório de Arte Dramática de Quebec e desde 1982 vem atuando como escritor, ator e diretor, sendo considerado um dos mais proeminentes embaixadores culturais do Canadá.
Através de sua companhia teatral, Ex Machina, é responsável por alguns dos espetáculos mais inovadores e fascinantes dos palcos contemporâneos: The Seven Streams of the River Ota, Needles and Opium, The Far Side of the Moon, Tectonic Plates, The Dragon Trilogy, The Polygraph e Elseneur (Elsinor).Entre outras atividades, assinou em 1993 a direção artística da turnê mundial de Peter Gabriel, dirigiu MACBETH e A TEMPESTADE, ambos de Shakespeare, em japonês, com os atores do Tokyo Globe Theatre e uma audaciosa versão de SONHOS DE UMA NOITE DE VERÃO no Royal National Theatre de Londres.
Lepage vem experimentando todas as linguagens possíveis, incluindo o uso da Internet como expressão artística. Quem quiser ouvir suas idéias sobre o assunto, basta acessar o seguinte endereço:
http://radio-canada.ca/branche/v4/89/lepage.htm
Em 1995, Lepage estreou seu primeiro longa metragem, LE CONFISSIONEL, no Festival de Cannes, fora de competição. O filme inaugurou também a edição anual do Toronto International Film Festival e ganhou os prêmio GÉNIE (o Oscar canadense) de Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Realização Artística de 1996.
Através de sua companhia teatral, Ex Machina, é responsável por alguns dos espetáculos mais inovadores e fascinantes dos palcos contemporâneos: The Seven Streams of the River Ota, Needles and Opium, The Far Side of the Moon, Tectonic Plates, The Dragon Trilogy, The Polygraph e Elseneur (Elsinor).Entre outras atividades, assinou em 1993 a direção artística da turnê mundial de Peter Gabriel, dirigiu MACBETH e A TEMPESTADE, ambos de Shakespeare, em japonês, com os atores do Tokyo Globe Theatre e uma audaciosa versão de SONHOS DE UMA NOITE DE VERÃO no Royal National Theatre de Londres.
Lepage vem experimentando todas as linguagens possíveis, incluindo o uso da Internet como expressão artística. Quem quiser ouvir suas idéias sobre o assunto, basta acessar o seguinte endereço:
http://radio-canada.ca/branche/v4/89/lepage.htm
Em 1995, Lepage estreou seu primeiro longa metragem, LE CONFISSIONEL, no Festival de Cannes, fora de competição. O filme inaugurou também a edição anual do Toronto International Film Festival e ganhou os prêmio GÉNIE (o Oscar canadense) de Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Realização Artística de 1996.
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(extraído de http://www.terra.com.br/cinema/opiniao/opus47.htm )
NOTA - Lamentavelmente, ainda não possuimos a habitual Mensagem escrita por um português.
NOTA - Lamentavelmente, ainda não possuimos a habitual Mensagem escrita por um português.