
Manuel Angelo Mota, um amigo e homem de teatro, partiu na passada segunda-feira (27 de Julho). O funeral realiza-se amanhã pelas 10 horas no cemitério de Santa Marinha em Vila Nova de Gaia. Em Janeiro de 2002, na altura em que completava 60 anos, Fernando Peixoto dedicou-lhe este acróstico que hoje aqui deixamos como homenagem.
ACRÓSTICO AO
M anuel: é o teu nome uma memória,
A travessando os palcos, bem gravada,
N uma firme e coerente trajectória
U nindo muita gente variada,
E rguendo, cena a cena, a oratória
L ivre, pelo Teatro derramada.
A rtista, construindo a sua história
N o Drama ou na Comédia trabalhada
G ritando a euforia da vitória
E ntre actos duma vida partilhada,
L utador incansável, bem conheces
O Amor dos amigos que mereces.
D ando-te sempre aos outros nada esperas
A lém das amizades mais sinceras.
F ormando actores, ergueste no tablado
O ndas de sonhos, ondas de ilusões,
N um mar encapelado de emoções
S em dar descanso ao corpo fatigado,
E stimulando os outros com lições,
C onstruindo nos outros sensações,
A que tu mesmo estavas vinculado.
M estre foste de actores, nesta viagem,
O rago do teatro de amadores,
T u que foste, de entre todos, dos maiores,
A ceita, hoje, de nós, esta Homenagem.
FERNANDO PEIXOTO - 19 de Janeiro de 2002