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segunda-feira, agosto 24, 2009

Faleceu Morais e Castro





José Armando Tavares de Morais e Castro (Lisboa, 30 de Setembro de 1939 - Lisboa, 22 de Agosto de 2009) foi um dos grandes actores e encenadores portugueses.
Actor experimental do Grupo Cénico do Centro 25 da Mocidade Portuguesa, enquanto estudante liceal. Estreia-se profissionalmente no Teatro do Gerifalto, dirigido por António Manuel Couto Viana na peça A Ilha do Tesouro (1956).
Em 1958 estreia-se na televisão em O Rei Veado de Carlo Gozzi, realizado por Artur Ramos. Ainda no Teatro do Gerifalto, integrou o elenco de variadas peças, como O Fidalgo Aprendiz de Francisco Manuel de Melo ou Os Velhos Não Devem Namorar de Afonso Castellau.
Em 1960 trabalha junto de Laura Alves. Em 1961 estreia-se na encenação, dirigindo no Cénico de Direito, O Borrão de Augusto Sobral, premiado no Festival de Teatro de Lyon desse ano. Estreia-se no cinema, com Pássaros de Asas Cortadas de Artur Ramos (1962).
Integrou o Teatro Moderno de Lisboa, de 1961 a 1965, participando em O Tinteiro de Carlos Muñiz ou Humilhados e Ofendidos de Dostoievski onde obtém grande sucesso. Neste período contracenou com actores como Armando Cortez, Fernando Gusmão, Carmen Dolores ou Ruy de Carvalho.
Em 1968 é co-fundador do Grupo 4 no Teatro Aberto, juntamente com Irene Cruz e João Lourenço e aí representou autores como Peter Weiss, Bertolt Brecht, Max Frisch, Peter Handke ou Boris Vian. Aí encenou também É preciso continuar de Luiz Francisco Rebello.
Em 1985 em faz a comédia Pouco Barulho, com Nicolau Breyner, passsando depois pela Companhia Teatral do Chiado, onde ao lado de Mário Viegas participou em À Espera de Godot de Samuel Beckett. Em 2004 a sua interpretação em O Fazedor de Teatro de Thomas Bernard com Joaquim Benite na Companhia de Teatro de Almada valeu-lhe a Menção Honrosa da Crítica. Foi ainda presença regular em novelas e séries, durante a década de 80 e 90. Popularizou-se como professor na série As Lições do Tonecas (1996/1998).
Morais e Castro era licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa (1964), exercendo também a advocacia. Foi ainda dirigente do Partido Comunista Português.
Faleceu a 22 de Agosto de 2009 no IPO de Lisboa vítima de cancro.
O Todo o Mundo é um Palco aplaude-o de pé.

sábado, agosto 08, 2009

Para recordar...

Morreu Raul Solnado...

Raul Solnado morreu este sábado aos 79 anos.


O actor estava internado no hospital Santa Maria e esta manhã, pelas 10h50m, foi confirmado o óbito.


Segundo informou o hospital, Solnado sucumbiu na sequência da evolução de um quadro clínico cardio-vascular grave, depois de ter sido operado à carótida, à três dias.


Raul Augusto Almeida Solnado, nasceu a 19 de Outubro de 1929, foi humorista, apresentador de televisão e actor.


Até à sua morte foi director da Casa do Artista, sociedade de apoio aos artistas situada em Carnide, Lisboa, que fundou juntamente com Armando Cortez, entre outros.


Solnado começou a trabalhar em 1947 no teatro amador, na Guilherme Cossul - uma colectividade que nunca esqueceu.


Em 1952 estreou-se «profissionalmente» num show no Maxime e a partir daí não mais parou: opereta, revista, teatro clássico, cinema, televisão. Fazendo rir e pensar.


No palco destacou-se como actor de mil faces, mas foi com as gargalhadas que Raul Solnado se tornou uma figura mítica do espectáculo.


Um génio do humor que conseguiu pôr Portugal a rir de uma guerra sem sentido (com famosa rábula «a guerra de 1908»), numa altura em que a guerra colonial era um assunto tabu. Gargalhadas que venceram uma guerra e que fizeram de Raul Solnado um recordista de vendas discográficas com um disco que nem canções tinha.


O êxito dos monólogos «a guerra de 1908» e «a história da minha vida» foi de tal maneira que superou as vendas de Amália Rodrigues.


Oito anos mais tarde, em 1969, com Carlos Cruz e Fialho Gouveia apresentou na RTP um programa inovador que se tornou um marco na programação televisiva: o «Zip-Zip». Na década de 60 criou de raiz e dirigiu o teatro Villaret.


Raul Solnado assinou assim um tipo de humor nunca visto em Portugal, um humor que esgotou bilheteiras nas principais salas de espectáculo.




O nosso aplauso de pé e um até sempre a um dos maiores actores portugueses.